quinta-feira, junho 28, 2012

Por dentro



Busco um abrigo que seja capaz de me manter longe dessa chuva,
Um escudo de proteção,
Uma concha tão perfeita que me nine no murmúrio do mar.
Quem sabe, encontrar no sono um abraço desmedido,
Saltar ,mesmo sem direção, em direção a esse abrigo
Que não será perdido, mas mantido por dentro e não mais será isolamento.
Mesmo no mais profundo escuro ainda me faça segura no mundo.
Me fortaleço por dentro.

Tamires

terça-feira, junho 26, 2012

Eco

Nessa loucura medicada o que me dá nome é a fome.
Fome que me faz prosseguir , seguir, seguir, seguir
De pouco a pouco curo a vaidade em nome dessa fome sem nome.
Me adianto (em continuar) no ar, no ar, no ar.

Há pouco, soube que à noite ela dorme
E nessa hora não me consome, some, some.
Deixo a paisagem e me concentro em definir esse nome,
Mas só quero (repousar), pousar, pousar, pousar.

Não tem medo ou apego que me tome.
Ainda continuo sentindo, indo, indo
De infinito a infinito criando e desmanchando nome.
Me sinto (revoltar), voltar, voltar, voltar.

Segura de mim e de tudo que me ame
Pego carona voltando, ando, ando, ando
Sem me importar mais com qualquer nome
Só queria ter (um pedido), ido, ido, ido.
Por favor, nunca durma, fome sem nome.


Tamires

quarta-feira, junho 13, 2012

Falar de amor

Não pense que tudo que escrevo é sobre amor.
Sei mais dessa vida do que apenas sentimentalizar.
Posso ver as matas, os lagos, os passos, as canelas,
As calçadas, as praças, as panelas, as ladeiras, as vielas,
Os copos, os focos, os mortos.
Tudo isso sem nenhum amor.
Sem ele as ruas são apenas ruas e jamais serão belas ruas.
Os passos são só passos e nunca chegarão a ser destino.
Os mortos são apenas mortos e não deixarão saudades.
Nada mais será tão bonito, tão aceitável,
Tão perfeito e permitido, e nem medidamente triste.
Sem amor perderemos as vistas, as trilhas, as subidas, os beijos,
os gestos, as bondades, os sorrisos, os filhos, os caminhos.
Perca tudo menos o amor, pois se o mantiver não perderá nada.
Sem amor não há vida,
Apenas inflexível rotina.
É, ao que parece, só sei mesmo falar de amor

Tamires

segunda-feira, junho 04, 2012

Epitélio


Mura o interior como uma máscara.
Envolve e adere toda distância sem mácula.
Sente os sentimentos, os pensamentos e as tábuas.


Dessa terra, eu entendo o toque que me afaga.
Cerca o vento e deixa dentro tudo o que pertence a mim.
Esse é meu metro, meu escudo, meu velho terno,
Meu epitélio.

Tamires
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