quinta-feira, novembro 29, 2012

Paisagem de cetim

 
Tudo pronto e não resta ponto fora do lugar.
Num mar, num ar, numa flor ou numa casa,
Tudo parece felicidade, um perfeito viver.
Feliz aonde vou, levo abraços, afagos e sorrisos.
Nesses abrigos qualquer carinho é bem vindo
E se não houver amigo, haverá ,pelo menos, a vista de uma fita de cetim.

Tamires Ferreira

quarta-feira, novembro 28, 2012

Nada mais

Hoje o dia é mais cinzento.
Por dentro
Tudo é pó.
Pó de poeira,
Pó de areia,
Pó de estrela caída,
Pó de tristeza quando deveria ser alegria e nada mais.

Tamires Ferreira

quarta-feira, novembro 21, 2012

O dia em que decidi ser feliz.



Eu não notei,
Mas havia algo de diferente.
O mesmo mistério, a mesma habitualidade,
A mesma causalidade (era assim que eu via).
Era o que chamaria de dia comum.
Mas tudo estava diferente,
Só meus olhos despreparados não enxergavam
Que uma leve bruma envolvia o dia.
E assim passaram as horas
E eu não entendia porque tanta gente sorria.
Sorrisos francos, abraços de alegria.
Tanta felicidade para um dia.
Um dia que eu chamaria de dia comum.
Caminhando...
Mais a frente encontrei outra gente
que nada tinha de diferente da gente anterior.
E ainda assim eu não entendia o que acontecia.
Num momento inesperado, algo brilhou diferente.
Uma vontade de ver o motivo de tanta alegria
De ser a alegria... só que eu não sorria.
Não me abati. Caminhei...
Em cada novo rosto eu enxergava o que alcançaria,
Me comprometia a cada cumprimento, cordialidade e afeição.
E mesmo a cada nada eu me sentia mais igual ao que pretendia ser.
Um sorriso naturalmente aflorou.
Agora eu também enxergava a leve bruma que envolvia o dia.
Foi calma e evidente a vontade de sorrir,
Tanto quanto avassaladora e surpreendente.
Foi cumulativa e enraizada,
Coletiva e tão individual que eu sorria só de ver tanta gente sorrir.
E é assim. O dia que a gente decide ser feliz é um dia comum.


Tamires Ferreira

quarta-feira, novembro 14, 2012

Sem noção

Tantos olhares perdidos procurando frutos proibidos
E não sabemos ao certo quanto tempo é um mês.
Olhares perdidos nos mesmos lugares de antes
Escolhendo a mesma forma de ser
E ninguém sabe quanto tempo é um mês.
A mesma lua está lá, as mesmas estrelas,
Os mesmos sonhos e as mesmas lembranças,
E quanto dura um mês?
Emoldurados e paralisados, vemos sem ação
Nossas ações e emoções,
Passando vez à vez a oportunidade de bem viver.
E quanto tempo demora um mês?
Eu não sei.

Tamires Ferreira

sexta-feira, outubro 12, 2012

Elevar -se

 
 
Não adianta cantar melodias lindas
Se o coração não as receber como sementes
Dispostas a brotar amor.
Num canto da alma repousa a fala
E reflete, por um segundo,
No mundo que te cerca e nas escolhas que faz.
Se possível for, recorre ao teu interior
baixando um pouco o olhar
E buscando cada vez mais consciente
Uma maneira verdadeira de amar.

Tamires Ferreira

quinta-feira, outubro 04, 2012

Enlaço


Quero a leveza de um amor verdadeiro
Que me faça flutuar  mantendo meus pés no chão,
Viajando entre pontes e contos,
Entre contas e algodão
Sem nunca abandonar o lar que pertence ao meu coração.
Deslizando entre avenidas e jardins
Descobrindo belezas sem partidas.
Quero a felicidade de um amor sem fim
Que sempre me aperte em laço e nunca em nó.

Tamires

sexta-feira, setembro 28, 2012

Constante Amor


Vindo de lugar nenhum ou de qualquer lugar,
Surge um amor que, inteiramente, me preenche.
Um amor que respiro lentamente,
Um abraço constante.

É possível um mar caber em tão pequeno corpo,
Ondulando e expandindo,
Aquecendo e aquiescendo,
Um fluxo constante.

Tanta alma nessa vida, (que serena alegria.!)
Amor à vida.
Vida ... vida
Vida constante.

Tamires Ferreira

sexta-feira, setembro 21, 2012

Até quando não temos mais nada podemos dar o nosso melhor.

Tamires Ferreira

Minha primavera

Minha primavera é meu sorriso,
Meu sopro de esperança,
Meu rastro de amor.

Minha primavera é eterna,
É meu andar, meu respirar,
Meu sono, minha hora calma.

Minha primavera é abraço,
É retalho trançado,
É brilho cantado.
É vida.


Tamires Ferreira

quinta-feira, setembro 20, 2012

Puro


Todos os dias peço a Deus que mantenha meu coração puro
Para que o que saia da minha boca também o seja.

Tamires Ferreira

segunda-feira, setembro 10, 2012

Porque metade de mim é poesia e a outra metade é melodia.
Sou música por inteiro

Tamires Ferreira

segunda-feira, setembro 03, 2012


Diga-me qual o seu destino e pelo caminho encontrarás minha vontade e meu coração para te acompanhar.


Tamires Ferreira

sexta-feira, agosto 31, 2012

De novo

E o que era velho ficou novo,
O que era feio ficou bonito,
O que não tinha valor se tornou precioso,
O que era dispensável se tornou imprescindível.

O que era pouco não se acabou, não se perdeu, se encheu,
O que era triste foi perdoado,
E o que estava quase acabado se renovou.
Só porque eles descobriram o amor de novo.

Tamires

terça-feira, agosto 28, 2012

A bailarina e eu



Quero andar livremente, com solas no chão
E não ser como bailarina na ponta dos pés.
Ter soltos os movimentos, sentimentos e imaginação.
Nada que me amarre ou ate, só desate.
Tão linda a bailarina, mas pra que tanta destreza em ficar longe do chão?
Quero pés na grama, na areia, sorrisos e muita alegria,
Pois quando ouvir meu nome, quero correr em liberdade,
Sabendo exatamente onde deixo minhas raízes e também
Onde não devo pisar, pois lá florescem outros botões.
 E então, bailarina?
Ainda vai perder tempo andando na ponta dos pés? 
Tamires

quinta-feira, agosto 23, 2012

Sonhos

Pelo visto, é no silêncio que a humanidade vira alada
Sonhando gratuitamente os próprios esforços,
A própria diretriz.

A lapis, giz ou aquerela todo sonho ganha alma.
E brota uma saudade, que mesmo infundada
(pois era somento um sonho)
Deixa fundo a sua raiz.

Tamires

terça-feira, julho 17, 2012

Pra mim e pra você


Tantas diferenças e indiferenças e nada mais parece nos sustentar
Num barco de velas frouxas.
Projetamos desuniversos e desilusões esperando criar felicidade,
Mas dela, tão distante nos encontramos, de frente pra realidade.
Andamos descalços no asfalto e  queremos pés de seda,
Mas só conseguimos cascos duros e ressecados.

Não importa onde encontrar felicidade desde que seja a porta certa.
Pode ser na estrela que brilha sozinha
Ou naquela só a piscar.
Pode ser na mão amiga
Ou no prazer de ajudar.
Mesmo na profunda escuridão, numa luz cintilante, bem pequenina,
Num fachinho de esperança, uma pontinha de felicidade ali está.

Tamires

quinta-feira, junho 28, 2012

Por dentro



Busco um abrigo que seja capaz de me manter longe dessa chuva,
Um escudo de proteção,
Uma concha tão perfeita que me nine no murmúrio do mar.
Quem sabe, encontrar no sono um abraço desmedido,
Saltar ,mesmo sem direção, em direção a esse abrigo
Que não será perdido, mas mantido por dentro e não mais será isolamento.
Mesmo no mais profundo escuro ainda me faça segura no mundo.
Me fortaleço por dentro.

Tamires

terça-feira, junho 26, 2012

Eco

Nessa loucura medicada o que me dá nome é a fome.
Fome que me faz prosseguir , seguir, seguir, seguir
De pouco a pouco curo a vaidade em nome dessa fome sem nome.
Me adianto (em continuar) no ar, no ar, no ar.

Há pouco, soube que à noite ela dorme
E nessa hora não me consome, some, some.
Deixo a paisagem e me concentro em definir esse nome,
Mas só quero (repousar), pousar, pousar, pousar.

Não tem medo ou apego que me tome.
Ainda continuo sentindo, indo, indo
De infinito a infinito criando e desmanchando nome.
Me sinto (revoltar), voltar, voltar, voltar.

Segura de mim e de tudo que me ame
Pego carona voltando, ando, ando, ando
Sem me importar mais com qualquer nome
Só queria ter (um pedido), ido, ido, ido.
Por favor, nunca durma, fome sem nome.


Tamires

quarta-feira, junho 13, 2012

Falar de amor

Não pense que tudo que escrevo é sobre amor.
Sei mais dessa vida do que apenas sentimentalizar.
Posso ver as matas, os lagos, os passos, as canelas,
As calçadas, as praças, as panelas, as ladeiras, as vielas,
Os copos, os focos, os mortos.
Tudo isso sem nenhum amor.
Sem ele as ruas são apenas ruas e jamais serão belas ruas.
Os passos são só passos e nunca chegarão a ser destino.
Os mortos são apenas mortos e não deixarão saudades.
Nada mais será tão bonito, tão aceitável,
Tão perfeito e permitido, e nem medidamente triste.
Sem amor perderemos as vistas, as trilhas, as subidas, os beijos,
os gestos, as bondades, os sorrisos, os filhos, os caminhos.
Perca tudo menos o amor, pois se o mantiver não perderá nada.
Sem amor não há vida,
Apenas inflexível rotina.
É, ao que parece, só sei mesmo falar de amor

Tamires

segunda-feira, junho 04, 2012

Epitélio


Mura o interior como uma máscara.
Envolve e adere toda distância sem mácula.
Sente os sentimentos, os pensamentos e as tábuas.


Dessa terra, eu entendo o toque que me afaga.
Cerca o vento e deixa dentro tudo o que pertence a mim.
Esse é meu metro, meu escudo, meu velho terno,
Meu epitélio.

Tamires

segunda-feira, maio 28, 2012

Amor da minha vida

Deixei ali meu último adeus,
Minha última despedida,
Última carta de partida,
Uma última desilusão.

Amor da minha vida,
Em um passo entre mil
Aqui estou, em verdade,
Desprendida da vil paixão.

Não existirão mais retornos,
Apenas permanentes estadas.

Deixo aqui meu último confronto,
Minha última lágrima derramada,
Última página virada,
Uma última precaução:
Amor da minha vida.


Tamires

quinta-feira, maio 10, 2012

Silêncio em casa ( na alma)

No silêncio da casa, silencio minha alma.
Surdos pensamentos,
Mudas palavras.
Silêncio, silêncio.
Silencio.
Calma.

Sonha a leveza e a dor passa.
Invisíveis traços,
Fortes laços.
Calma, calma.
Acalmo a alma.
Silencio a casa.

Tamires

segunda-feira, abril 30, 2012

Adeus para você!

O que aconteceu?
O mundo não é mais tão igual.
Ainda é colorido mas não é ideal.

O que aconteceu com as marés,
As tardes quentes, as folhas verdes e
As alegrias da vez?

As fotografias contam o tempo que não volta,
Tornam as antigas alegrias melancolias sem vida.

O que aconteceu com o que era bom?
Não está guardado em nenhum lugar?
Então se desintegrou, adormeceu, perdeu o tom.

Velhos tempos, velhos tempos,
Adeus!
Pois talvez não tenha volta.
Cansei dessa demora para reaver
O que não deveria ter ido embora.
Adeus para você!

Tamires

sexta-feira, abril 27, 2012

Do início

Hoje não sou poesia pronta.
Sou apenas um rascunho desfeito, apagado,
Uma lembrança nada bonita do que jamais cheguei a ser.

Hoje não sou o meu máximo.
Sou apenas um desabafo assustado, angustiado,
Um muro fechado, inundado de visões e dor.

Hoje não sou nem uma cor.
Sou a intimidade da solidão, um borrão,
Uma imagem distorcida e triste.

Hoje não sou nada além de destroços
Sou canteiro pronto para construir.

Há muito para desfazer, marretar, encolher e aumentar.
Há muito para modificar, pra sentir diferente.
Tô pronto pra recomeçar.


Tamires

quinta-feira, abril 05, 2012

Livres palavras



Rimas pobres, já as fiz lá trás,
Vou fugir da musicalidade das terminações iguais,
E escrever apenas...
Sem métrica, sem regra, sem qualquer cabresto.
Minhas palavras estão sem dono
E tomarão o tom que quiserem.
Numa página escreverão sobre alegria
E em outra cairão em lágrimas de tristeza,
Pois sabem da realidade,
Da temporalidade,
Da efemeridade
Da Sublime experiência de viver.
Minhas palavras são vivas,
Voam sem limites e alcançam novos patamares.
Repousam em mim e arrancam o que eu nem sabia que existia -
Minhas belezas e argumentos,
Minhas sentenças doces, duras, infinitas ou frias.


Tamires

quarta-feira, março 28, 2012

Nuvem de passagem



Pequena nuvem vem com o vento e cerca toda aquela rua
Traz pros olhos um espanto, uma surpresa inteira e nua.

Vem viver por essas terras que te chamam por saudade,
Mas por apenas um minuto pois sua vida é passagem.

Dia após dia, te esperam, sofridos, os rostos dos meninos
Renova esses sentidos, é dia de chover alguns sorrisos.


                                                                                                                         Tamires

segunda-feira, março 05, 2012

Seja aonde for . IV Concurso de composição Leoni


Essa é minha letra para o concurso de composição do leoni...

Espero que gostem!





Letra:Tamires Ferreira

Melodia: Leoni
Intérprete: Paulo Estevão
Seja aonde for
Não quero mais pensar em nada,
Nem nos momentos que deixei pra trás.
Parques e flores, álbuns e estradas,
Lembranças tolas e sem dó.

Não vou viver num mundo estranho
Sem um abraço para me achar.
Pintando cores em outras moradas
Busco um caminho novo só

Pra pensar sem te querer,
Sem vontade de te ter.
Pra sentir sem ter saudade
Desse vício que é você.
Vou em outra direção
Pra esquecer o que passou
Porque eu sei que não tem volta
Agora a porta se fechou.

E eu vou viver
seja aonde for.
Não quero mais pensar em nada,
Nem nos momentos que deixei pra trás.
Pintando cores em outras moradas
Busco um caminho novo só
Pra pensar sem te querer,
Sem vontade de te ter.
Pra sentir sem ter saudade
Desse vício que é você.

Vou em outra direção
Pra esquecer o que passou
Porque eu sei que não tem volta
Agora a porta se fechou.
E eu vou viver
seja aonde for.



segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Primeiras pessoas do plural



Te sinto assim, um pedacinho de mim
Irradiando luz e alegrias sem fim.
Caminhando lado a lado
Num destino sem fronteiras.
Nem olhar obstáculos
Ou parar em barreiras.

Tudo é tão certo, tão perto,
Tão concreto, tão definido
Que se não houvesse imenso sentimento
Juraria que é só instinto.

A trilha se desenha tão pronta, tão correta, tão plena
Tão desatada dos nós
Que está infinitamente distante do que condena
E próximo a tudo que respire nós.

Tamires

sábado, fevereiro 04, 2012

Beleza e poema

A beleza transcende o físico pra se traduzir em gestos, momentos e poemas.


Cada verdade dita com humildade será um belo gesto.
Qualquer abraço acolhedor será um belo gesto.
Todo alento ao sofredor será um belo gesto .
Toda mão estendida a quem precisa será um belo gesto.


Todos os dias de felicidade serão belos momentos.
Todas as fotos produzidas serão belos momentos.
Todas as lembranças desengavetadas serão belos momentos.
Todas as boas escolhas serão belos momentos.



E cada suspiro de esperança será um belo poema.
Todo olhar visionário será um belo poema.
Todo andar inciante será um belo poema.
Toda alma bela é um belo poema.

























Tamires

terça-feira, janeiro 31, 2012

Pétalas de saudade




Em cada pétala dessa flor,
Derramo, de conta-gotas,
A cor da minha saudade.

Com lágrima de amor,
Seja de onde for,
Sei que volta mais tarde.

Tamires


segunda-feira, janeiro 30, 2012

Na praia



Um lenço na cabeça e um óculos no rosto,
            Um sorriso nos lábios sem batom ou desgosto
                      Deixei lá na praia areias e maresia,
                              Mas trouxe cá comigo lembranças de ótimos dias.

Tamires

terça-feira, janeiro 24, 2012

O véu do erro




Eu não me conhecia ...
O véu que adornava meu rosto
Também era a tampa que me isolava do mundo.
Pálpebras pesadas e mesmo assim o sorriso era sincero,
Pois não percebia que o que me tirava da vida era o véu que me alegrava o dia.

Eu não o conhecia...
O véu que adornava meu rosto
Também era a pedra que me feria fundo.
Pálpebras pesadas e agora não havia sorriso sincero,
Pois eu tinha certeza que para voltar a vida era preciso deixar a alegria dos dias.

Eu não me convencia...
O véu que adornava meu rosto
Também era meu meio de escapar do mundo.
As pálpebras pesadas não queriam ser magoadas
Pois não sabia mais como era viver sendo a minoria sem o véu dos dias.

Eu o preferia...
Mas não o queria,
Mas não o tirei.
Enfim adormeci,
E não mudei,
E não o tirei.

Eu não voltaria...
E o véu que adornava meu rosto
Encontraria outro gosto e o tiraria do mundo.
Pálpebras pesadas, meio sorriso de pedra.
Todos gostamos de colocar o véu na vista e deixar o errado fazer a alegria dos nossos dias.


Tamires

sexta-feira, janeiro 20, 2012

Tanto tão tempo




Minhas horas são todas minhas.
Com dias tão quentes, tão curtos, tão mudos...
Não há tempo pra me perder em caminhos sem volta, 
E sempre há tempo pra sair do escuro.

Em minha janela passa o tempo dos outros
E meu tempo não se prende nessa novela.

Precioso, tão generoso, meu amigo sem tempo.
Sopra em mim tantos rumores, tantos amores, tão efêmeros momentos.

Vê se traz de lá do fim
Uma resposta calada
Amenizando, aqui no meio, aflitas madrugadas
Do princípio de mim.

Nesse trem sem ponteiros enferrujados
Num momento pele lisa e no outro cabelos esbranquiçados.

Leva tristeza, traz alegria.
Leva alegria, vem tristeza.
Nessa alternância tão bonita,
Por vezes tão malditas, sempre há tempo pra tanto tempo.

Tamires

terça-feira, janeiro 10, 2012

Vista triste

Alto da montanha,
Céu estrelado.
Entre coisas tão estranhas
Um rosto nublado.

Vista triste
Pés ancorados.
Ficando distante
Um porto abandonado.

Com olhar distante
Assistiu ir embora precioso tesouro.
Lembranças de estante,                                                      
Em molduras de ouro.

Restaram na memória
Fatos quase apagados,
Distanciados da história
Por olhos embotados.

Quis correr, chegar ao cais,
Mas pés ancorados nem andam pra trás.
Naquela vista ia no adeus a doce paz
Peito comprimido, surdos ouvidos, era tarde de mais.

Alto da montanha,
Tristeza mal solucionada.
Entre coisas tão estranhas
Uma atitude desesperada.

Corpo vazio
Sem mente, nem alma
Uma viagem sem caminho,
Um destino sem chegada.

 

Tamires


sexta-feira, janeiro 06, 2012

Mais que um laço





Fecha a fenda que na senda tudo seca.
Seca a lágrima, a inverdade e a descoragem.
Seca a invirtude, a inquietude e a incerteza.

Parando na passagem só não fica quem se vai.
Se vai pra longe e não volta,
Se vai viver sem cantar.

Caminhando a passos largos
Leva voltas em compassos.
Deixa o tempo nas ampolas
E larga longe os sapatos.

Põe pro alto o que te eleva
E deixa por último o que te assusta.
Fechando os olhos pra não ver,
Vai viver sem aventura.

O que nos une é muito maior,
Maior que qualquer laço.
Coloca de lado a fechadura
E traz pra mim o teu abraço.

Tamires

terça-feira, janeiro 03, 2012

Nem em constelações

Do céu ao mar procurei sem encontrar.
Num momento, sem pensar,
Quis, ao menos, acreditar
Que, embora eu não achasse, poderia encontrar.


Sem olhar aonde eu ia,
Vi a verdade que eu queria
Mas não vi a que acontecia.

Pisei grama e sem solução
Fui minha própria contra-mão.
Criei caso e sem acaso fui decepção.

Fechei olhos, portas e janelas
E em um arremedo de pensamento
Vi que não seria o fim.
Busquei aflita a calma que de mim corria
E abracei meus pés.

Não encontrei no céu em constelações,
E nem no mar em corais,
Nem na rua que seguia fria,
E nem na alegria que não era minha.


Achei onde realmente estava.
Achei na coragem de aceitar
Que sou quem sou, mas não sou quem serei.
Encontrei o que esperava.
Amansei, por fim...

Não estava onde eu não achava.
Por isso, me encontrei em mim.


Tamires
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