sexta-feira, março 01, 2013

Composição

És linda e tão pura,
Manipulada e inculta.
És berço dos meus desejos,
Deságue de minhas bravuras,
Transformadora de minhas linhas
E lágrima de minha amargura.
És simples e confusa,
Um diabo e candura.
Forte e decisiva,
Mas também lânguida, pálida e infinita.
Em suas formas, repouso meus dias
Na risada passada, o passado passado.
És memória rediviva nos olhos rasos, vastos, vívidos e vagos.
Tão sonora e muda,
Palpável e etérea,
Uma cobertura descontinuada,
És tu, fotografia, a tradutora de minh'alma desnuda.


Tamires Ferreira
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